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Sobre a Justiça Própria

O que Deus acha de tentarmos fazer justiça com as próprias mãos?

"Jonas disse ao Senhor: Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar, mas depois te arrependes." -- JONAS 4:2c

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Certa vez, uma filha perguntou à sua mãe: "Mãe, devo me casar com um contador ou com um militar?" "Não há o que pensar, minha filha", respondeu a mãe. "É lógico que você deve se casar com o militar. Esse pessoal sabe cozinhar, arrumar a cama e obedecer a ordens!"

Apesar de ser engraçada, a história tem alguns paralelos com a história de um profeta bem peculiar: Jonas. A história dele está registrada em apenas quatro capítulos no livro que leva o seu nome, no Antigo Testamento. Interessante que, obedecer, foi exatamente o que Jonas não fez, e é exatamente por isso que temos um livro com o nome dele contando sua história. Mas por que Jonas não obedeceu?

Muitos acham que ele teve medo dos assírios e isso seria até natural, visto que eram conhecidos por sua crueldade. Os assírios colocavam seus inimigos em estacas pontiagudas, cortavam membros de seu corpo, empilhavam crânios, esfolavam pessoas vivas, dilaceravam grávidas e matavam bebês e crianças. Dá pra imaginar que Jonas estivesse com medo.

Este seria um sentimento natural, mas o texto acima vemos que não era medo o que motivou Jonas à desobedecer. Ele deixa escapar o real motivo de ter se recusado a pregar para os ninivitas: Justiça própria! (4:2). Jonas não queria que Deus perdoasse aqueles homens. Ele queria que Deus punisse aquele povo cruel que, na ótica de Jonas, merecia a ira de Deus! Além disso, se Deus destruísse os ninivitas, não haveria nenhum povo forte o suficiente para ameaçar Israel naqueles tempos. Seria matar dois coelhos com uma cajadada só. Quase é possível ver o pensamento do profeta: "Eles são maus! Deus tem mais é que destruí-los, e Ele ainda quer que eu pregue pra eles? Eles merecem morrer!"

Jonas era corajoso, mas decidiu fazer justiça com as próprias mãos e, sejamos sinceros, quantas vezes não fazemos o mesmo? Quantas vezes, ao invés de seguir o ensino de nosso Senhor de amar e orar por nossos inimigos nós até oramos, mas para que Deus traga juízo e sofrimento sobre eles? Nesta altura, a história de Jonas é nossa história, e o paralelo perdura pelas atitudes da vida.

Jonas, ao ser forçado a pregar na grande capital dos assírios (Deus pode literalmente obrigar você a ter que pregar pro seu inimigo), demonstrou coragem por dizer o que disse e por encarar o desafio quando foi obrigado a isso, e ainda assim revelou amargura em seu coração quando, após toda aquela cidade ter se arrependido e se voltado para o Senhor, ter se aborrecido com isso.

Ele deveria ter ficado feliz, afinal de contas, uma cidade de cerca de 120 mil pessoas se converteu e se arrependeu como fruto de sua pregação. Pregadores costumam ficar felizes quando pessas se convertem após suas mensagens, mas ao invés disso o que Jonas fez? Aborreceu-se por causa do arrependimento da cidade e chorou por causa da morte de uma planta. Ele deu mais valor à planta do que a milhares de pessoas. E ilustra a verdade que muitos de nós dão mais valor a coisas do que à pessoas.

Deus chama atenção de Jonas e mostra que ele deveria realinhar seu coração com a realidade do coração de Deus, que sempre dá valor à pessoas. Nós, muitas vezes, nos escondemos atrás da nossa justiça, esquecendo que Deus tem propósitos para todas as situações, e acabamos deixando de amar os outros e de mostrar a luz de Cristo a eles. Que possamos aprender a olhar as pessoas como Deus as vê, como almas que precisam de arrependimento para serem salvas. É preciso amar as pessoas mais do que plantas, animais ou quaisquer outras coisas.

Que comece em nós! Quando isso acontecer, teremos um mundo e uma sociedade melhor.

Deus os abençoe! Tenham uma boa semana.
Pr. Alisson Magalhães

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